A corrida Imperialista e a Partilha de Africa



A corrida imperialista do século XIX desenvolvida pelas potências europeias (Inglaterra, França, Bélgica, Alemanha e Itália) E.U.A e Japão em busca de matérias-primas e mercados consumidores de produtos industrializados atingiu a Amazónia brasileira pela actuação de ingleses e norte-americanos que na busca do látex e do controle da navegação fluvial, visava dominar sectores estratégicos da economia amazónica.

Partilha de África

A Partilha de África também conhecida como a Corrida a África ou ainda Disputa pela África, foi a proliferação de reivindicações europeias conflitantes ao território africano durante o período do Neo-imperialismo, entre a década de 1880 e a Primeira Guerra Mundial em 1914, que envolveu principalmente as nações da França e Reino Unido, embora também participasse do conflito a Itália, Bélgica, Alemanha, Portugal, Espanha e, em menor intensidade, Estados Unidos, este último participou da fundação da Libéria.

Causas da corrida imperialista e da partilha de África

Económicas

No final do século XIX e começo do século XX, a economia mundial viveu grandes mudanças. A teoria da Revolução Industrial aumentou ainda mais a produção, o que gerou grande necessidades de mercado consumidor para esses produtos pela saturação dos mercados europeus devido a concorrência no mercado e uma nova corrida por matérias-primas como o Ferro, Carvão, Alumínio e Petróleo.

Políticas

O nacionalismo europeu do século XIX fez crescer as rivalidades entre as nações da Europa. Com fronteiras bem definidas, territórios unificados, política centralizada e com governos fortemente estabilizados, a busca de prestígio só seria possível fora das fronteiras europeias e assim a primeira cobiça foi a África e Ásia.

Religiosas

Entre as causas desta expansão destaca-se a necessidade de expandir a fé cristã e salvar as almas dos infiéis (africanos) e contrapor a expansão do islamismo na Ásia. Havia entre outras ideias a consideração de que os europeus eram mais civilizados em relação aos outros povos do mundo. Assim, era necessário civilizar os africanos. Havia uma grande necessidade de querer entravar o avanço do islamismo que era uma religião cujos objectivos eram semelhantes com os do cristianismo que consistiam em expandir a adoração de um só deus. No entanto, era lógico que estes rivais caminhassem em direcção à região de expansão e civilização.

Sociais

Procurava-se espaços em África para acomodar a população desempregada europeia a fim de se evitar tensões sociais causadas pela explosão demográfica.

Culturais

Os europeus por se considerarem mais civilizados vinham com a intenção de civilizar os africanos considerados povos não civilizados.
Tratava-se duma nova fase, o imperialismo, consequência do desenvolvimento do modo de produção capitalista. A acumulação do capital, a procura de matérias-primas e a exportação de capitais constituíram momentos gerais e fundamentais do referido desenvolvimento. Entre 1886 e 1930, os capitais foram predominantemente investidos no comércio e na extracção de matérias-primas. A partilha e exploração do continente africano foi precedida de viagens de reconhecimento geralmente acobertadas sob motivos científicos e ou filantrópicos, formalizados na conferência de Berlim.

Domínio Inglês sobre o Egipto

A Questão do Canal de Suez (1869-1882)

Ainda que investir capital na África fosse algo pouco lucrativo, a Inglaterra desde muito se preocupava com este continente na sua condição de território estratégico para garantir sua hegemonia em importantes mercados, tais como a Índia, a China e a América Latina. Diante do acirramento da competição internacional, a Inglaterra pretendia dominar as principais rotas de acesso a estes mercados, excluindo as potências adversárias.
Os franceses e o quediva do Egito, Ismail Pasha (vassalo do sultão turco-otomano), construíam o Canal de Suez, que ligaria o Mar Mediterrâneo ao Mar Vermelho, permitindo um rápido acesso da Europa aos portos asiáticos.

Começa a Partilha da África

Depois da atitude inglesa, ninguém queria ficar para trás

A ação inglesa pelo controle do Canal de Suez e do Egito deslanchou uma verdadeira corrida pelo controle do maior número possível de possessões na África.
Os franceses ocuparam a Tunísia e a Guiné em 1881-1884, a Inglaterra estendeu suas possessões ao Sudão e para partes da Somália, a partir do Egito. Em 1870 e 1882, a Itália tomou posse da Eritréia, e a Alemanha ocupou o Togo, Camarões e os territórios no sudeste africano.

A Disputa pelo Congo

O Congo era uma região de pouco interesse econômico, mas que provocou uma série de disputas entre as potências imperialistas européias. A situação em torno da região era de tensão. Mesmo sendo uma área com poucos atrativos, nenhuma das potências imperialistas aceitaria que um de seus rivais controlasse a área. O Rei Leopoldo II da Bélgica tinha planos expansionistas para a região do Congo, onde almejava explorar a produção de borracha em associação com trustes europeus.
A França havia se estabelecido em Brazzaville, em 1881, no Oeste do Congo. Portugal reclamava para si a região baseado em antigos acordos estabelecidos com os governantes nativos do "Império do Congo", e para tal, estabeleceram um tratado com a Inglaterra em 1884 para bloquear uma eventual saída para o Atlântico por parte de Leopoldo II.


A Conferência de Berlim

Conferência realizada em 1885. Serviu para redefinir alguns aspectos do mapa colonial dos finais do século XIX, com o continente africano, rico em matérias-primas, como alvo preferencial dos interesses das grandes potências industrializadas. Bismarck pretendia que a Inglaterra denunciasse o tratado anglo-português. De comum acordo com a França, juntou em Berlim as outras potências da Europa. Os interesses portugueses foram bastante atingidos com a realização desta conferência. Portugal viu anulado o tratado luso-britânico, e teve que ceder vários territórios e reconhecer o estado do Congo.
http://purl.pt/93/1/iconografia/imagens/je83v_18841213_384/je83v_18841213_384_3.jpg

A Conferência de Berlim em 1884

Bismarck resolve colocar ordem
Tendo sido aconselhado pelo Rei de Portugal, Bismarck resolve convocar as principais potências com interesses na África para um diálogo diplomático, a fim de estabelecer normas de conduta para a Partilha da África, e evitar que a expansão colonial se tornasse uma guerra constante, e quem sabe, de proporções mundiais.

Países participantes

Assim, na Conferência de Berlim (1884) se reúnem Estados Unidos da América, Império Austro- Húngaro, Bélgica, Dinamarca, França, Inglaterra, Itália, Holanda, Portugal, Rússia, Espanha e Suécia-Noruega (reino unido). A Conferência terminou em 1885, e todas as potências envolvidas ratificaram o acordo, exceto os Estados Unidos.

Principais deliberações tomadas na Conferência de Berlim

- Decidiu-se que o comércio de todas as nações passaria a gozar de uma completa liberdade nas bacias dos rios Níger e Congo;
- Reconhece-se o estado Congo-Belga;
- Decidiu-se que todas as potências consignatárias deveriam abolir nas suas colónias o comércio de escravos;
- Decidiu-se que em caso de dúvidas sobre a delimitação de fronteiras, devera-se resolver por meio de conversações;
- Estabeleceu-se o princípio de ocupação efectiva, segundo o qual todas as potências que tivessem colónias em África deveriam ocupar político e administrativamente as suas colónias sob risco de perdê-las. Assim, os territórios africanos deverão pertencer aos países que tivessem meios para os ocupar de facto.

Formas usadas pelas potências imperialistas para a penetração e ocupação de África

Para a ocupação dos territórios africanos, as potências coloniais usaram diferentes formas de penetração, destacando-se as seguintes:
- Companhias militares (França e Portugal);
- Companhias comerciais (Inglaterra).
Métodos de Ocupação
- Tratados de amizades;
- Conquistas militares;

Tratado de Zaire

Foi um Acordo ou Assinatura, entre Portugal e a Grã-Bretanha, pelo qual este país reconhecia a soberania portuguesa nos territórios das duas margens do rio Zaire até às fronteiras do novo Estado do Congo, em troca de facilidades de comércio e navegação.


http://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2010/05/partilha-da-africa.jpg

Mapa demonstrando as colonias e as suas respectivas pontencias coloniais.

Comentários

Mensagens populares